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A era de ouro da cidade é coisa de cinema

  • Amanda Andrade
  • 10 de nov. de 2016
  • 2 min de leitura

Juiz de Fora se consolidava como polo cultural e intelectual no início do século XX. A razão para a cidade sair na frente até mesmo da capital mineira, Belo Horizonte, era a elite burguesa, que buscava um estilo de vida mais cosmopolita para a cidade, inspirando-se nos moldes europeus. Através dessa elite, que começou rural e se tornou industrial na passagem dos anos, a movimentação cultural tornou-se forte e incentivada, com isso a aceitação e instalação da cultura audiovisual na cidade foi feita com sucesso, diferentemente de outras partes do país.

Dos 25 cinemas que já funcionaram na cidade, dez foram cinemas de bairro que levavam o entretenimento para aqueles que não podiam ou não tinham condições de irem até o Centro. Da Zona Norte (Benfica e Mariano Procópio), até a Zona Sul (Borboleta e São Mateus), as salas de cinema se espalhavam com uma estrutura igual ou até mesmo superior às encontradas na "Cinelândia” da Rua Halfeld.

Um dos casos mais notáveis é o do Cinema da Floresta, o primeiro Cine Rural implantado e idealizado na década de 1950 pela Família Assis - proprietária da Fazenda da Floresta e da Fábrica de Tecidos São João Evangelista. O cinema foi instalado em um dos galpões da fábrica e era direcionado aos operários, com sessões noturnas aos fins de semana, se adaptando a rotina de todos eles.

A história do cinema em Juiz de Fora também é marcada pelo início do cinema documentário com a criação da Carriço Filmes, em 1934. João Carriço, que também foi fundador do Cine Teatro Popular, foi um dos pioneiros do Cinema brasileiro. Com a produção de cinejornais e documentários sobre a vida social, política e cultural de Juiz de Fora - Carriço filmou desde o carnaval de rua, procissões religiosas até a estadia do então Presidente Getúlio Vargas na cidade. Outro lugar que também eram exibidos cinejornais era o Cine-Theatro Glória, onde atualmente se encontra a galeria Constança Valadares. na Rua Halfed. De acordo com Franco Groia, cineasta responsável pelo projeto “História do Cinema Brasileiro” em uma de suas publicações, era neste cinema que a população se informava sobre a Segunda Guerra Mundial, assistindo cinejornais com notícias do conflito exibidos aos domingos numa sessão relâmpago, às 10 da manhã.


Mapa interativo que mostra onde eram localizados os antigos cinemas de rua de Juiz de Fora.




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QUEM FAZ?

Somos um grupo de estudantes de Jornalismo do 2° período do Centro Universitário Estácio Juiz de Fora e estamos realizando um trabalho para a matéria de História das Mídias, lecionada pelo professor Antônio Carlos Hora.

Criado por Isabela Marcos, Raíssa Júlia Galdino e Talles Lima - 2016 

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