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Entrevista: Xanxão Alvarenga representando Juiz de Fora no Laboratório Novas Histórias 2016

  • Talles Lima
  • 10 de nov. de 2016
  • 3 min de leitura

Juiz de Fora foi a cidade à frente de seu tempo quando o assunto era a produção de conteúdo audiovisual,por conta do pioneirismo no campo do Cinema e Documentários. João Carriço privilegiou a Manchester mineira na década de 30 com seus brilhantes cinejornais e documentários. Mas após o encerramento das atividades da Carriço Film, em 1959 por conta de sua morte, o legado juiz-forano foi lentamente perdendo visibilidade, até o momento em que a maioria massiva da população não faz ideia da tamanha importância histórica do centro urbano.

Mas tal herança criativa que a cidade carrega é levada nas mentes de alguns produtores independentes de nossa cidade. Como é caso de Alexandre de Alvarenga, mais conhecido como Xanxão Alvarenga. Ele é diretor, roteirista, artista plástico, ilustrador e professor universitário. Ele contou pra gente como é fazer parte do movimento de "resistência" artística da cidade, como o cinema e os documentários surgiram em sua vida e principalmente sobre seu roteiro "Tim, Lulu e o Coração do Guerreiro" ter sido um dos dez selecionados entre 395 outros roteiros, para o evento Laboratório de Novas Histórias 2016.

Talles: Xanxão, como o cinema surgiu na sua vida?

Xanxão: Bom, eu tinha interesse por desenho desde a infância. Na adolescência eu entrei para um grupo de teatro e me apaixonei pela possibilidade de criar mundos ficcionais etc. Nessa época, ganhei também uma filmadora super-8. Me interessar por cinema foi uma consequência disso.

Talles: Nosso professor de História das Mídias, o Antônio Carlos Hora, indicou você como um grande conhecedor da história do cinema da nossa cidade. O que o cinema de Juiz de Fora representa pra você?

Xanxão: Bom, não sou um grande conhecedor da história do cinema em JF (obrigado, Hora), até porque não há muito a se conhecer. Realmente, tivemos aqui o Carriço, que foi um grande pioneiro do cinema brasileiro e que trabalhou e produziu do início dos anos 30 até o final dos 50. Mas seu trabalho é muito mais precursor do cine-telejornal do que da ficção ou do documentário. Devido às atividades de Carriço, Juiz de Fora é uma das cidades com maior memória iconográfica do Brasil. Por isso a imagem e o mito de JF como cidade de vocação cinematográfica. Mas o fato é que, apesar da vontade alimentada pelo mito, a produção cinematográfica juiz-forana sempre foi inconsistente e esporádica. Porém, diversos grupos em suas épocas têm lutado para que esse mito de polo audiovisual se concretize. Eu me incluo entre eles. Hoje, alguns artistas locais têm se esforçado na busca de produzir com qualidade, mesmo morando fora do eixo Rio-SP. Eles têm realizado belos trabalhos e alcançado reconhecimento nacional e internacional.

Talles: Como foi pra você, quando soube que seu roteiro foi selecionado pro Laboratório de novas histórias de 2016, entre quase 400 roteiros? Como você fez para participar?

Xanxão: Fiquei muito feliz em saber que fui selecionado, obviamente. Mas essa não foi a primeira vez. Com um outro projeto e em outro concurso fiquei entre os 20, concorrendo com 900 projetos. O laboratório é o mais importante evento dessa categoria no Brasil, Vários filmes legais passaram por lá, como "Que Horas ela Volta", "Aquarius", diretores-roteiristas como Jorge Furtado e Sandra Kogut. Muitas portas se abrem para um projeto a partir daí. O roteiro classificado se chama "Tim, Lulu e o Coração do Guerreiro". É uma estória infanto-juvenil que escrevi para uma produtora do Rio, a Bang Filmes. Por isso, a inscrição foi uma consequência óbvia: todo roteirista ou produtora que tem um roteiro em fase de finalização ou pré-produção, como o meu, se inscreve para participar do Laboratório.

Talles: E o quais passos um futuro cineasta deve seguir hoje no Brasil para ter seu trabalho reconhecido?

Xanxão: Acho que não tenho autoridade para dar esse tipo de caminho, posso apenas dizer o óbvio: estudar, compartilhar, colaborar, fazer.


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QUEM FAZ?

Somos um grupo de estudantes de Jornalismo do 2° período do Centro Universitário Estácio Juiz de Fora e estamos realizando um trabalho para a matéria de História das Mídias, lecionada pelo professor Antônio Carlos Hora.

Criado por Isabela Marcos, Raíssa Júlia Galdino e Talles Lima - 2016 

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