top of page

História do jornal impresso em Juiz de Fora

  • Foto do escritor: obinomio
    obinomio
  • 15 de nov. de 2016
  • 4 min de leitura

Fonte: http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/

Antigamente, em Juiz de Fora, circulavam apenas jornais enviados do Rio de Janeiro ou Ouro Preto, que chegavam através de viagens no lombo de burros de oito em oito dias. Os primeiros jornais impressos na cidade começaram a circular no século XIX por volta de 1870. Existem informações sobre o primeiro jornal publicado em Juiz de Fora que são divergentes. Há algumas informações sobre "O imparcial" cujo foi o mais antigo e que foi, em seguida, substituído pelo "O constituinte" que encerrou as atividades em 1871. Porém, foi encontrado em arquivos históricos sobre Juiz de Fora um processo criminal de roubo de escravos e difamação, uma publicação do "O Pharol" na data 08/01/1870. "O Pharol" - Fundado em Paraíba do Sul em 1866, foi transferido para Juiz de Fora em 1870. Ele começou como semanário até 1873, mas em 1874 foi publicado de dois em dois dias da semana, posteriormente em 1885 se tornou um jornal diário.



Fonte:http://s1020.photobucket.com/user/fly_jf16/media/fundado_1866_paraiba_do_sul_transf_pr_jf_em_1871.jpg.html


Em 1840 chegam as primeiras fotos brasileiras em jornais, e o jornal "O Pharol" teve a primeira oficina litográfica de toda a província de Minas Gerais e a adotou as primeiras técnicas de reprodução fotomecânica, a partir de 1890. Como podemos notar, havia muitas editorias de jornais, cada uma única, sendo que, algumas eram anúncios de venda, outras eram sobre partidos políticos, publicações religiosas todas com uma defesa de ideal, ou seja, a imprensa foi como uma grande civilizadora de Juiz de Fora e todos esses relatos são uma fonte documental imensurável.

Existiam tipos de publicação, no final do século XIX, que são a homenagem e o almanaque. Os eventos eram divulgados a desígnio de alguma pessoa ou fato por homenagem ou comemoração (A primeira foi editada no distrito de São José do Rio Preto, em maio de 1900, para comemorar o quarto centenário do descobrimento do Brasil). Já os almanaques foram publicados em Juiz de Fora na data de 1887 até 1916, eram editados em formato de livro, cujo conteúdo das notícias tinham dados sobre a lavoura, a indústria e o comércio contribuições e curiosidades literárias.

A primeira década do século XX ficou marcada pela grande quantidade de jornais de pouca duração e reduzida expressão. A partir de 1920 o número de publicações em circulação aumenta, com mais de três dezenas de periódicos circulando. O 'Diário Mercantil' foi iniciado em 1912, e foi o jornal que circulou em Juiz de Fora durante mais tempo naquela época. Esse jornal continha quatro páginas, sendo cinco colunas e muitos anúncios, deixando óbvio seus compromissos na defesa de interesses da nova burguesia.

Juiz de Fora se destacou em 1920 como a principal cidade mineira da época, com muitos habitantes, (118.166) haviam seis jornais diários, sendo os matutinos, O Pharol, Correio de Minas, Jornal do Commercio e O Dia; e os vespertinos A Tarde e o Diário Mercantil. O Lar Católico era um jornal semanal, mantido por padres de uma congregação chamada Verbo divino que conseguiu ser o mais circulado no estado de Minas Gerais em 1966. Grandes intelectuais da época atribuíam alguns apelidos elogiosos a cidade, sendo eles: Atenas Mineira; Princesa de Minas; e o mais conhecido Manchester Mineira.

Na segunda década, houve o aparecimento de O Lampadário e A Tarde (1920); do humorístico O Parafuso (1922) e da Gazeta Comercial (1924), e muitos outros vários jornais da época. Na década de 30, nenhum jornal publicado tinha mais do que quatro páginas, com exceção de algumas edições extraordinárias. As condições de trabalho daquela época eram difíceis. Em 1930 também foi registrado o aparecimento de mais periódicos, em destaque, A Tribuna que começou seus trabalhos nos anos 30 e encerrou em 1933 com o nome de Tribuna do Povo; O Médium, de 1932 a 1950; O Sigma, jornal integralista, de 1934 a 1936; a Folha Mineira, que surgiu em março de 1934 e parou de circular somente em 1977; e a Folha da Manhã, que circulou dois anos, a partir de fevereiro de 1935. Em 1940, mesmo com o rádio e o cinema, o jornal ainda continuava sendo influência para a população. Entre os noticiários que estavam circulando havia; a Gazeta Comercial, a Folha Mineira e o Diário Mercantil. Em 22 de novembro de 1941 é fundado o “Sindicato dos Proletários, Intelectuais e Militantes na Imprensa de Juiz de Fora”, posteriormente Sindicato dos Jornalistas Profissionais da cidade. A partir da década de 50, vamos notar, cada vez mais, a área de influência sendo deslocada da mídia impressa para os meios eletrônicos, como o rádio e a televisão.

Na década de 80, surge o Tribuna de Minas, com a primeira edição publicada em 1° de setembro de 1981. O principal objetivo do jornal era oferecer ao leitor uma diversidade de serviços para debater diferentes assuntos. Em 1985 o jornal passou a ser publicado em Belo Horizonte. Havia algumas publicações que obtiveram destaque na mídia, como por exemplo, em 1996 ocorreu o acompanhamento do Tribuna que revelou a exploração de crianças e adolescentes pelos próprios pais, feito pela jornalista Luciane Faquini. E também, em 2008 foi revelado o "Caso Koji" que era um esquema envolvendo o presidente da câmara municipal de Juiz de Fora, Vicente de Paula Oliveira e a prefeitura. Em 2011 foi publicado “Holocausto Brasileiro: 50 anos sem punição” que mostrou a rotina dos pacientes do Hospital Colônia, em Barbacena, onde mais de 60 mil pessoas perderam a vida, trabalho feito pela jornalista Daniela Arbex.

Pesquisas sobre o futuro dos jornais impressos anunciam crise do setor, na atualidade, notícias podem ser acessadas online com apenas um clique, há versões em tablets, ipads e portais acessados em laptops e computadores. Não só essas tecnologias influenciam em uma ameaça de crise para o impresso, mas também, o fortalecimento de mídias comunitárias e novas maneiras de buscar informações.

Comments


QUEM FAZ?

Somos um grupo de estudantes de Jornalismo do 2° período do Centro Universitário Estácio Juiz de Fora e estamos realizando um trabalho para a matéria de História das Mídias, lecionada pelo professor Antônio Carlos Hora.

Criado por Isabela Marcos, Raíssa Júlia Galdino e Talles Lima - 2016 

bottom of page